O papel da Odontopediatria e da Ortopedia Funcional dos Maxilares é acompanhar a criança desde o início, realizando orientações quanto à importância do aleitamento materno, alimentação de transição, dieta adequada e cuidados com as estruturas orofaciais (dentes, gengiva, arcadas dentárias, musculatura associada), prevenindo, diagnosticando e tratando as possíveis alterações já na dentição decídua (de leite), evitando o aparecimento de problemas maiores e mais severos na dentição permanente.
O regime alimentar atual (alimentos pobres em fibras, industrializados, de textura pastosa, cariogênicos) é o grande responsável pelo quadro de alterações oclusais (de mordida) que encontramos já precocemente nos pacientes infantis (atrofias, desequilíbrios funcionais e de desenvolvimento, apinhamentos dentários). A falta do estímulo mastigatório correto vai acarretar um desequilíbrio no sistema estomatognático que se agrava com a idade, caso não haja nenhuma intervenção.
A atuação precoce previne desequilíbrios mastigatórios, assimetrias de desenvolvimento, disfunções articulares (ATM) e problemas periodontais (de gengiva), diminuindo ou simplificando a necessidade futura de uso de aparelhos ortodônticos.
O conhecimento e aplicação dos conceitos da Ortopedia Funcional dos Maxilares visa melhorar a função mastigatória, fundamental para o desenvolvimento de uma dentição saudável e equilibrada, contribuindo para o correto desenvolvimento do sistema respiratório, fala, deglutição e fortalecimento da musculatura da cabeça e pescoço.
A resposta ao tratamento na primeira etapa da vida (bebê ao adolescente) é bastante gratificante, pois a criança está em constante crescimento e desenvolvimento, apresentando estruturas mais maleáveis, simples de corrigir, evitando que alterações funcionais iniciais tornem-se esqueléticas no adulto.
Exemplo de um caso de sobremordida em dentes de leite ( dentição decídua ) Observar as diferenças no antes e depois do tratamento.