MÉTODOS DE HIGIENIZAÇÃO LINGUAL QUÍMICO E MECÂNICO
* ARTUR CERRI
** CARLOS EDUARDO XAVIER DOS SANTOS RIBEIRO-DA-SILVA
*** FRANCISCO OCTÁVIO TEIXEIRA PACCA
**** LUIZ FERNANDO RODRIGUES INNOCÊNCIO
Parte da Pesquisa desenvolvida na Faculdade de Odontologia da UNIVERSIDADE GUARULHOS (SP)-UnG, pelo grupo de pesquisa Estomatologia sob o patrocínio do CEPPE (Centro de Pós Graduação e Pesquisa)
RESUMO
A halitose ou mau hálito além de ser considerada uma doença e por isso merecer tratamento, é um fator limitante no contato social já que as pessoas possuidoras dessa condição, acabam muitas vezes sendo privadas do convívio social, dificultando inclusive as relações profissionais e conjugais.
As causas da halitose estão relacionadas a inúmeros fatores, quer de ordem local, quer de ordem geral, destacando-se principalmente as causas locais ( cavidade bucal ) e dentre estas, a língua saburrosa é considerada a principal fonte do mau hálito. No presente trabalho são discutidos os métodos mecânicos e químicos no combate a halitose, realizado em 200 pacientes adultos, de ambos os sexos, oriundos da Clínica Odontológica da Universidade Guarulhos – UnG.
Para confirmar o diagnóstico de halitose, os autores utilizaram o aparelho Halimeter, de alta precisão que detecta a presença de compostos sulfurados voláteis ( CSV ) existentes na boca.
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* Especialista, Mestre e Doutor em Estomatologia
Professor Titular de Estomatologia da Universidade Guarulhos
** Especialista e Mestre em Estomatologia
Doutorando pela UNIFESP/EPM
Professor de Estomatologia da Universidade Guarulhos
*** Especialista e Mestre em Estomatologia
Doutorando pela USP
Professor de Estomatologia da Universidade Guarulhos
**** Especialista e Mestre em Estomatologia
Professor de Estomatologia da UnG
PALAVRAS-CHAVE
Halitose – Odor bucal – Língua saburrosa
INTRODUÇÃO
A palavra halitose é derivada do latim, “feto oris”, e significa mau hálito, sendo designada para o odor fétido de origem bucal. ( CERRI,2000 )
Titus Március Plátus (254-184 a.C.), dramaturgo romano, classificou o “fedor da boca” entre as muitas razões de infidelidade conjugal (TOMMASI, 1989).
Pierre Fauchard (1678-1761), receitava bochechos com a própria urina do paciente, alegando ser essa a melhor solução contra a halitose. São inúmeros os exemplos na História de receitas e superstições utilizadas na tentativa de se acabar com a halitose. Dentre estas possibilidades, muitas eram plantas e ervas com gosto e cheiro agradável.
Por isso, muitos dos colutórios, cremes dentais e chicletes contém na sua composição herbáceos como por exemplo a menta, malva, hortelã, eucalipto entre outros.
O crescente aumento na produção e comercialização de produtos cujo objetivo seja minimizar os efeitos maléficos da halitose denota a preocupação da população com este problema.
Existem inúmeras causas possíveis da halitose, sendo estas divididas didaticamente em causas locais ( cavidade bucal ) e causas de ordem geral ( sistêmica ). As causas locais são responsáveis por 90% dos casos de halitose tendo como exemplo os processos cariosos, a placa bacteriana, próteses mal adaptadas, gengivites, periodontopatias, língua saburrosa, língua fissurada, alteração na composição da saliva e as doenças próprias da boca. ( CERRI & MARTI, 2000 )
Dentre as causas locais, a de maior importância como fonte de halitose, é sem sombra de dúvida a língua saburrosa, ou seja, crescimento excessivo das papilas filiformes do dorso da língua e que causam retenção alimentar. ( BOEVER,1995 )
As causas gerais implicam numa variedade muito extensa, podendo ser originárias do sistema respiratório como as sinusites e amidalites ( particularmente a amidalite caseosa) respondendo por 8% dos casos de halitose; De origem digestiva destacam-se a eructação gástrica, dispepsia, e o refluxo gastro-esofágico; De origem metabólica e sistêmica podemos citar a diabetes, uremia, enfermidades febris, alterações hormonais, xerostomia e até mesmo o estresse.
O diabetes mellitus impõe aos pacientes um hálito característico denominado hálito cetônico, graças a evaporação de corpos cetônicos.
Existem ainda outras causas como alho, cebola e condimentos além das situações de jejum prolongado, e determinados tipos de dieta alimentar que provocam a halitose temporária e portanto não patológica. (BOELTER, 1999; CARLSON-MANN, 1998; PENTEADO, 1999 )
Numa pesquisa realizada pelo Centro de Halitose da Califórnia, cerca de 60% da população americana é portadora de halitose crônica e aproximadamente 100% é portadora de halitose matutina (KOLBE, 1999).
A língua saburrosa, alteração relativamente comum, é formada basicamente por restos alimentares, células descamadas, fungos, bactérias e enzimas ativas que participam do processo de digestão.
Existem mais de 450 microrganismos que habitam a cavidade bucal e ainda não foi possível determinar exatamente quais destes são os responsáveis pela degradação de substrato protéico cujo produto metabólico são os compostos sulfurados voláteis ( CSV ), os ácidos graxos e as poliamidas. ( BOEVER,1995; SCULLY,1997)
Sabe-se no entanto que a microbiota associada ao mau hálito é predominantemente anaeróbia e gram negativa.
A língua saburrosa é a principal causa de mau hálito, pois entre as papilas filiformes, ocorre a deposição de restos alimentares, restos de descamação celular e presenças de microrganismos. Estes metabolizam os alimentos e produzem o gás sulfídrico ( H2S ), a metilmercaptana ( CH3SH ) e o dimetil sulfeto, sendo estes os principais CSV. Produzem ainda o escatol e o indol, derivados dos aminoácidos aromáticos, além da cadaverina e da putrescina. Entretanto, os principais responsáveis pela halitose são mesmo os CSV pois as demais substâncias possuem alto peso molecular sendo insuficientemente voláteis para serem detectadas pelo olfato humano.
Acredita-se que a putrefação ocorra sob condições anaeróbias, envolvendo principalmente microorganismos GRAM negativos como Fusobactérias nucleatum, Aemophillos, Veionella alcalescens, Prevotella intermedia, Treponema dentícola, Porphyromonas gingivalis, Bacteriódes forcythus (ROSENBERG, 1996; SCULLY; et al., 1997).
Esses microorganismos têm a capacidade de produzir compostos sulfurados voláteis ( CSV ), considerados uma das principais fontes de halitose. Embora acredite-se que bactérias gram+ não produzam mau hálito, elas podem contribuir para o subsequente mau odor do dorso da língua, através do seu catabolismo (ROSENBERG, 1996).
Existem diversos métodos de avaliação da halitose disponíveis no mercado, sendo os principais o Halimeter e o Breath Alert.
O Halimeter, cujo objetivo é medir o grau de halitose é fabricado nos E.U.A. e, detecta a presença dos principais compostos sulfurados voláteis ( sulfidreto, metilmercaptana e dimetilsulfeto ) em ppb (partes por bilhão).
O Halimeter funciona quando os CSV atingem seu sensor, estes se ionizam gerando uma reação eletroquímica que libera elétrons, que por sua vez vão sensibilizar o circuito elétrico gerando uma corrente diretamente proporcional a concentração do gás ionizado. Esta corrente é convertida em voltagem para ser medida e assim é lida no visor digital do aparelho em partes por bilhão, ou seja, 1 grama de CSV para 1 000 000 000 de gramas de ar.
O Breath Alert, já comercializado no Brasil, por exemplo, é um método rápido, simples, barato e confiável, mas tem a desvantagem de não mensurar numericamente a “quantidade” de halitose e portanto dificultar o seguimento do tratamento dos pacientes.
As pessoas frequentemente não percebem o seu próprio hálito o que pode acarretar conseqüências desagradáveis como passar a vida toda sem perceber que é portador de mau hálito.
É importante ressaltar que em muitos casos a halitose é reversível, desaparecendo após a suspensão ou eliminação do agente causador, que tem atuação por um determinado tempo.
Classicamente o tratamento primário deve ser baseado no combate da causa que determina a produção de gases voláteis causadores do mau odor e complementação com higienização adequada. (TOMMASI, 1989).
Quando o mau hálito for devido a língua saburrosa, principal fonte do mau odor, o tratamento consiste na remoção da saburra por meio de raspadores ou limpeza da língua que removem os restos de alimentos e as bactérias contidas na língua, principalmente no dorso posterior onde a princípio a limpeza é mais difícil (KOLBE, 1999). Esses raspadores começaram a ser utilizados na Europa, no século XVIII à partir de 1770, feitos com casco de tartaruga ou marfim, que provocam abrasão.
Atualmente existem no mercado raspadores de aço inox ou de plástico injetado a base de poliestireno e até raspadores importados.
Os raspadores devem ser utilizados diariamente, após as refeições. Outra maneira simples de promover a limpeza lingual é através da escova dental. Além da limpeza da língua o paciente deve também, escovar os dentes, usar fio dental e enxaguatórios bucais, quando recomendado.
A utilização de bochechos com enxaguatórios químicos no combate a Halitose tem crescido nos últimos anos graças aos investimentos dos laboratórios nesse sentido. Assim recentemente vários enxaguatórios foram lançados no mercado, porém nenhum deles supera a eficácia clorexidina, um produto líder de mercado em Odontologia.
Os pacientes com boa saúde bucal, mas que possuam halitose de provável origem geral devem ser encaminhados ao médico para um correto diagnóstico. Independente da causa da halitose é imperativo que além da escovação dental, se promova a limpeza lingual periódica, principalmente após as refeições e ao deitar, quando o acúmulo bacteriano é maior.
MATERIAL E MÉTODOS
No presente estudo foram comparados os métodos de higienização da língua, através de higienização mecânica com raspadores linguais e bochechos com clorexidina a 0,12%. Para esse objetivo foram selecionados 200 pacientes adultos de ambos os sexos, das raças branca e não branca, todos portadores de halitose oriundos da Clínica Odontológica da Universidade Guarulhos – UnG.
O diagnóstico de halitose foi realizado pelo Halimeter, que detecta a presença de Compostos Sulfurados Voláteis ( CSV ) e os quantifica em Partes por Bilhão (ppb ). Os principais compostos sulfurados são o sulfeto, a metilmercaptana e o dimetilsulfeto.
Objetivando resultados comparativos os 200 pacientes foram divididos em 2 grupos de 100, sendo um grupo do sexo masculino e outro do sexo feminino, que apresentavam semelhança de condições bucais, alimentares e físicas.
Para esse fim, todos foram submetidos a exame clinico detalhado, evitando-se fatores interferentes. Todos os participantes foram informados sobre os objetivos da pesquisa, ou seja, a eficácia de métodos de higienização mecânico feita pelos raspadores linguais de plástico e químicos representados pela clorexidina a 0,12%.
Quanto a divisão dos pacientes em raça branca e não branca é mister informar que não houveram conclusões conflitantes, motivo pelo qual esse fato não será considerado no presente estudo.
A opção pelo uso de raspadores e clorexidina foi baseado na crescente popularização desses produtos e por serem amplamente comercializados. Para a utilização da aferição da halitose pelo Halimeter, foram seguidas as orientações do fabricante e seus mecanismos de funcionamento foram abordados na introdução.
Antes de iniciar o processo de higienização da língua pelos raspadores linguais de plástico e a clorexidina a 0,12%, todos os pacientes foram submetidos a aferição de da halitose pelo Halimeter para a detecção dos CSV. Após a aferição da halitose, os 2 grupos ( 100 homens e 100 mulheres ) iniciaram o processo de higienização preconizados pelo prazo de 30 dias utilizados após as refeições, não sendo descartados os métodos habituais de higiene.
Inicialmente as mulheres foram submetidas ao método químico e os homens ao processo mecânico. Terminados os 30 dias os participantes foram novamente submetidos ao Halimeter, a fim de avaliar a diminuição ou não dos Compostos Sulfurados Voláteis ( CSV ). Após essa mensuração os 2 grupos foram orientados a não realizar os métodos estabelecidos, continuando somente com a higienização habitual, por um período de 30 dias, chamado de Período de Repouso (PR), cujo objetivo seria de constatar a atuação e eficácia dos métodos estabelecidos.
Concluindo o período de repouso todos foram novamente orientados a iniciar os métodos de higienização anteriormente realizados por mais 30 dias e nova aferição foi realizada após esse período. Foi realizado repouso entre as etapas de 7 e de 15 dias para inversão do protocolo.
Posteriormente numa segunda etapa os protocolos foram os mesmos, invertendo-se os métodos higiênicos utilizados pelos grupos. Assim nessa fase os homens passaram a utilizar o método químico da clorexidina a 0,12% e as mulheres passaram a fazer uso do método mecânico representado pelo raspador lingual de plástico.
É importante ressaltar que durante a pesquisa não houveram intercorrências prejudiciais ao trabalho. Os raspadores linguais e a clorexidina a 0,12% utilizados são os mesmos encontrados no comércio, sendo todos da mesma marca e do mesmo tipo. Todos os resultados obtidos antes e ao final de cada etapa foram anotados em prontuários especificamente idealizados para esse fim. Cabe reiterar que a totalidade dos pacientes integrantes da pesquisa eram portadores de halitose com níveis acima de 70ppb, considerado este o limite de normalidade na presença de compostos sulfurados voláteis.
Quando da avaliação inicial, antes dos inícios das etapas, os níveis encontrados variavam de 90 até 414 ppb. As mensurações eram realizadas em todos os pacientes simultaneamente no mesmo dia e horário, respeitando-se como já se disse as recomendações do fabricante. Para a tabulação dos dados, optou-se pela não utilização das casas decimais, para facilitar a leitura.
Para fins didáticos a halitose foi dividida em níveis chamados de LEVE-LE (71 a 130 ppb), MODERADO-MO (de 131 a 250 ppb) e GRAVE-GR (acima de 251 ppb).
Os métodos de higienização utilizados seguiram as recomendações de uso dos fabricantes e todas as precauções foram tomadas para se evitar efeitos colaterais indesejáveis.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A presente pesquisa fundamentou-se na eficácia de métodos preventivos ou curativos de higienizaçao da língua realizada pelos raspadores linguais (RL) e clorexidina 0,12% (BCL). O estudo foi realizado em 200 pacientes, sendo 100 do sexo masculino e 100 do sexo feminino divididos em 02 grupos. Os grupos foram submetidos aos métodos preconizados durante um período de 30 dias e repouso de mais 30. Esse método foi realizado 02 vezes por cada grupo, alternando-se posteriormente os métodos por igual período. Assim ambos os grupos foram submetidos pelo mesmo tempo aos critérios estabelecidos. Vale lembrar que todos os participantes eram portadores de halitose mensurada pelo Halimeter e a cada início e término de cada etapa o hálito era aferido e anotado.
Lembramos que entre a primeira e segunda fase do mesmo método foi dado um descanso de 07 dias, enquanto na alternância de métodos esse período foi de 15 dias.
Objetivando facilitar a interpretação dos dados obtidos, julgamos de boa norma apresenta-los resumidamente sob a forma de tabela simples e comparativa através de valores percentuais. A média de idade dos pacientes do sexo feminino foi de 31 anos e para o masculino foi de 34 anos.
Sexo feminino: bochechos com clorexidina 0,12% (BCL)
O diagrama 1 mostra que antes e durante a higienização e após o PR os níveis mantiveram-se inalterados. No entanto, após o processo de higienização o número de ppb caiu de 242 para 138, ocasionando uma melhora de 43,0%. A avaliação da halitose após o PR, revelou uma elevação dos níveis de halitose, porém inferior em 28,5%, comparado com o número inicial.
O diagrama 2 referente a segunda fase, pelo mesmo método demonstra uma avaliação inicial inferior a primeira fase em 20,3%, decaindo para 108 ppb após 30 dias com BCL, e uma redução de 21,7% se comparada com o mesmo processo da primeira fase. Comparativamente a avaliação da segunda fase foi significativamente melhor que a primeira fase, provocada provavelmente pela adaptação do método estabelecido.
Sexo masculino: bochechos com clorexidina (BCL).
O diagrama 7 reflete uma melhora de 17,4% entre a avaliação inicial (253 ppb) e após 30 dias de BCL (209 ppb), apesar da mudança de nível GR para MO. Após o período de repouso PR, o nível de ppb de CVS praticamente volta ao obtido pela avaliação inicial.
O diagrama 8, revela uma situação semelhante a tabela 7, demonstrando discreta redução em todos os períodos. Após 30 dias com BCL a melhora entre a primeira e a segunda etapa foi de apenas 6,2%.
Sexo feminino: raspador lingual (RL)
O diagrama 5 (primeira etapa); demonstra uma redução de CSV entre a avaliação inicial (231 ppb) e após 30 RL (127 ppb) de 45,0%, elevando-se novamente após o período de repouso (PR).
O diagrama 6 (segunda etapa); apresenta índices melhores que a tabela 5 em todas as fases. Entre a avaliação inicial 179 ppb e após os 30 dias (RL) a melhora foi de 54,7%, além da alteração de nível moderado(MO) para leve(LE). O percentual de redução de CSV entre após os 30 dias da primeira etapa e da segunda etapa foi de 36,2%.
Sexo masculino: raspador lingual (RL).
O diagrama 3 (primeira etapa); apresenta um nível GR na avaliação inicial e Mo após os 30 dias RL, promovendo uma melhora de 44,1%, elevando-se novamente após o PR.
O diagrama 4 (segunda etapa) demonstra resultados semelhantes aos obtidos pela tabela 3, havendo uma melhora ínfima de 4,8% dos resultados obtidos após os 30 dias entre a tabela 3 e 4, referente à conclusão do período de higienização.
DIAGRAMA I – SEXO FEMININO ( estudo comparativo entre a 1º e 2º etapa)
MÉTODO BCL
Aval. inicial Após 30 dias Após PR (30 dias)
242 ppb 43% 138 ppb 173 ppb
Moderada Moderada Moderada
28,5%
DIAGRAMA II – SEXO FEMININO ( 2A etapa )
20,3% MÉTODO BCL – 7 DIAS APÓS
Aval. inicial Após 30 dias Após PR (30 dias)
193 ppb 44% 108 ppb 125 ppb
Moderada Leve Leve
35,2%
DIAGRAMA III – SEXO MASCULINO ( estudo comparativo entre 1A etapa e 2º etapa)
MÉTODO RL
Aval. inicial Após 30 dias Após PR (30 dias)
297 ppb 44,1% 166 ppb 221 ppb
Grave Moderada Moderada
25,6%
DIAGRAMA IV – SEXO MASCULINO ( 2A etapa )
11,4% MÉTODO RL – 7 DIAS APÓS
Aval. inicial Após 30 dias Após PR (30 dias)
293 ppb 40% 158 ppb 181ppb
Grave Moderada Moderada
31,2%
DIAGRAMA V – SEXO FEMININO ( estudo comparativo entre a Iº e 2º etapa)
MÉTODO RL
Aval. inicial Após 30 dias Após PR (30 dias)
231 ppb 45% 127ppb 149 ppb
Moderada Leve Moderada
35,5%
DIAGRAMA VI – SEXO FEMININO ( 2A etapa )
22,5% MÉTODO RL – 7 DIAS APÓS
Aval. inicial Após 30 dias Após PR (30 dias)
179 ppb 54,7% 81 ppb 111ppb
Moderada Leve Leve
33%
DIAGRAMA VII – SEXO MASCULINO ( estudo comparativo entre 1A etapa e 2º etapa)
MÉTODO BCL
Aval. inicial Após 30 dias Após PR (30 dias)
253 ppb 17,4% 209 ppb 243 ppb
Grave Moderada Moderada
4%
DIAGRAMA VIII – SEXO MASCULINO ( 2A etapa )
0,8% MÉTODO BCL – 7 DIAS APÓS
Aval. inicial Após 30 dias Após PR (30 dias)
251 ppb 21,9% 196 ppb 239 ppb
Grave Moderada Moderada
4,8%
De forma ampla podemos observar que tanto o bochecho com clorexidina(BCL), como o uso de raspador lingual (RL), diminuíram o índice de halitose em todas as fases, após a aferição com o Halimeter®. Por outro lado, os melhores resultados foram obtidos durante a repetição dos métodos, com exceção do ocorrido na tabela V, onde o método de RL, foi discretamente superior na primeira fase (35,5%) em relação a segunda fase (33%), referente ao sexo masculino.
Um fato que chama a atenção é o melhor desempenho do sexo feminino em relação ao sexo masculino, em todas as fases e métodos, particularmente no tocante ao método de BCL, onde o percentual de melhora da halitose no sexo feminino é significativamente maior que no sexo masculino. Outra situação a ser considerada é que os indices de halitose inicial e final no sexo masculino foram superiores. Esse fato pode ser explicado pela maior vaidade e determinação observada no sexo feminino com relação a saúde.
Quanto aos métodos de higiene aplicados BCL e RL, o método mecânico realizado pelo RL, mostrou-se mais eficaz na grande maioria das vezes. Nesse sentido, é sabido que os métodos mecânicos de higienização bucal, produzem melhores resultados quando comparados com procedimentos químicos. No sexo masculino, por exemplo, o uso de RL, provocou uma melhora em relação a halitose inicial de 31,2% na segunda etapa, contra uma redução da halitose de apenas 4,8% na mesma fase pelo método de BCL. A presente pesquisa ratifica que a higienização da língua reduz consideravelmente a halitose.
CONCLUSÕES
A presente pesquisa permite aos autores as seguintes conclusões:
- A saburra lingual é a principal fonte de halitose local.
- O Cirurgião Dentista precisa conhecer os métodos de combate a halitose e estar capacitado a diagnosticar e eventualmente tratar esse grave problema.
- Os melhores resultados no combate a halitose foram obtidos no sexo feminino
- Na presente pesquisa os raspadores linguais(RL), se mostraram mais eficazes no combate a halitose quando comparados ao bochechos com clorexidina 0,12% (BCL).
- A segunda etapa de todos os métodos mostraram melhores resultados.
- O correto exame clínico e a escolha do tratamento é fundamental na obtenção de resultados satisfatórios.
ABSTRACT
The halitosis or bad breath is a disease and need treatment. It is a limiting factor for the social contacts and is very prejuditial for professional and social relationships.
The causes of halitosis are associated with a lot of factors. Sistemic or local factors, with predilection for the locals, and the hairy tongue is the most important cause of the bad breath. In this research we discuss the mechanic and chemical methods against halitosis in 200 adult patients from the dentistry clinic of Guarulhos University. To confirm the clinical diagnostic of halitosis the authors used a high precision machine called Halimeter to detect the CSV in the mouth.
KEY WORDS
Halitosis – Bad Breath – Hairy tongue
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End do Autor:
Prof. Dr. Artur Cerri